O Amor de Deus é como Ele: infinito. Mas infinito de um jeito que não se restringe ao tamanho ou à intensidade desse amor. É também infinito em sua variedade. É manifestado em todas as modalidades imagináveis, inclusive naquela que, segundo opinião geral, é a mais desinteressada, mais carinhosa e mais bela: a do amor maternal. Sim, Deus é Pai, mas sua grandeza é tamanha que Ele mostrou seu amor na história de todas as maneiras possíveis, e não poderia deixar de mostrá-lo naquela que achamos mais bonita.
E Ele escolheu uma de suas criaturas para encarnar em si mesma a manifestação de todo seu afeto divino. Uma mãe. Elegeu Maria de Nazaré, filha de Davi, como aquela cujo rosto de mãe, Jesus, ao abrir os olhos pela primeira vez nesta terra dos homens, viria a ver. Por meio dela, quis que fosse mostrado a todos os homens como o amor materno é manifestação de sua divindade.
Foi assim que Ele revelou essa face até então oculta de si próprio: por meio de uma face materna. O rosto de Maria, Nossa Senhora, seu olhar de mãe olhando por nós é revelação da face materna do Deus infinito, que aparece inúmeras vezes nos rostos de seus filhos e de uma forma especial no rosto imaculado da Mãe de Jesus Cristo. E essa manifestação não foi apenas para Jesus, mas para todos os homens, de todos os tempos e lugares, pois Nosso Senhor perenizou e universalizou o olhar de sua Mãe, quando, pouco antes de morrer crucificado, entregou-a como Mãe dos Homens.
Por ocasião desta solenidade da Imaculada Conceição e com as expectativas do Advento, contemplemos o rosto imaculado e maternal de Maria, aguardando a chegada de seu Filho. Ela também é nossa Mãe!
Laércio Filho